quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Amigos


"Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crónica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem-estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!"

Paulo Sant'Ana

*

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Saudade











Tenho saudade do tempo em que era criança e em que tudo era fácil... Quando crescemos parece que as coisas se complicam a cada passo. É difícil construir o que quer que seja, somos nós por nossa conta. Quando somos crianças falamos com qualquer pessoa sem problemas, dizemos exactamente aquilo que pensamos e ninguém nos cobra por isso. Somos livres! Tenho saudade de poder chorar quando me apetece, de poder fazer birras... Temos que aguentar e ser firmes quando no fundo no fundo só nos apetece gritar bem alto. Neste momento era o que me apetecia! Gritar bem alto! Gritar, gritar até me rebentarem as artérias! Há momentos do meu dia que me ponho a pensar que era tao bom, as crianças são felizes e nem sabem disso... Gostava da liberdade delas. É tão bom poder correr e brincar sem sermos criticados, poder pedir um brinquedo, poder esperar o pai natal...

Bem nostalgia a mais hoje...

Só queria poder gritar e dizer que sou feliz*

*

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Dias como que assim #1

Sabem aqueles dias que a gente nao deve sair de casa e nao sai mesmo? Fica enfiada na cama a comer chocolates, com uma cara enfadonha e sem perceber bem porque que assim estamos? (se calhar nao queremos é perceber mas pronto).

Pronto hoje eu estou assim...

*

Uma pessoa complexa... Assim sou eu!



Uma pessoa complexa. Às vezes nem eu me percebo a mim própria. Quando estou triste só o chocolate me enche a alma. Quando estou feliz só consigo andar por aí a cantar. Gosto de beber café. Sentir o cheiro do mar. De ouvir o barulho das ondas. Gosto de discutir com pessoas que têm visões opostas às minhas. Às vezes sou um milhão de cores. Outras sou preto e branco. Sou um milhão de contradições! Às vezes não faço sentido nenhum. Às vezes sou perfeita. Outras vezes sou uma confusão. Às vezes sou uma cabeça no ar e não reparo nas coisas à minha volta. Outras vezes reparo em coisas que mais ninguém vê. Às vezes sou macabra. Outras vezes sou um coração de manteiga. Às vezes sinto-me mal por usar as pessoas. Outras vezes deixo que elas me usem a mim. Às vezes não faço nada jeito. Outras vezes sou uma fonte de inspiração. Às vezes não consigo escrever uma linha. Outras vezes escrevo páginas e mais páginas. Às vezes tenho a sensação que amo alguém. No outro dia já passou. Às vezes só me apetece chorar sem motivo. Outras vezes só me apetece rir sem saber porquê. Às vezes sinto-me patética. Outras vezes sinto-me segura. Às vezes não quero falar com ninguém. Outras vezes não me calo. Às vezes não estou certa de quem eu sou.
(só para conhecerem um bocadinho de mim)
*

Um, dois, três... teste!


Um, dois, três... Teste, teste!...

Bem digamos que é a minha primeira experiência aqui pelos blogs...

Só para testar mesmo...

*